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Formas de Reposição de Testosterona

       

     A diminuição da testosterona já pode ser observada ao redor dos 35-40 anos e exerce forte influência nas alterações corporais associadas à idade (como por exemplo, obesidade abdominal, redução da massa muscular e óssea, declínio cognitivo e disfunção erétil). Estudo conduzido por Muligan com 2.162 voluntários com idade acima de 45 anos demonstrou que níveis de testosterona abaixo de 300ng/dL podem ser observados em cerca de 35-40% dos casos.

Deficiência de testosterona está associada a aumento no risco de morte em homens com idade mais avançada independente de outros fatores. Estudo publicado por Shores (2012) avaliou 1.031 homens com idade acima de 40 anos com testosterona menor ou igual a 250ng/dL. A reposição de testosterona foi iniciada em 398 homens e os pacientes foram acompanhados por 4 anos. Foi observada uma taxa de mortalidade nos indivíduos tratados de 10,3%. Entre os não tratados essa taxa foi de 20,7%. Muraleedharan (2013) estudou 238 homens com diabetes tipo II e testosterona abaixo de 300ng/dL. Destes, 64 pacientes receberam TRT. Após um seguimento de 41 meses foi verificada uma mortalidade duas vezes maior entre os homens sem TRT (20,1%) quando comparado aos indivíduos com TRT (9,3%).

 

Diagnóstico da deficiência de testosterona (DT)

 

     O diagnóstico da DT requer a presença de sinais e sintomas sugestivos de redução dos níveis de testosterona e a demonstração laboratorial dessa diminuição. No diagnóstico laboratorial existem algumas divergências. Se tomarmos por base o preconizado por diversas sociedades médicas (American Urological Association, American Society of Andrology, Endocrine Society, European Association of Urology, European Academy of Andrology, International Society of Andrology, International Society for the Study of the Aging Male) vamos observar que o nível de testosterona total a partir do qual se indica a TRT varia de 250-350 ng/dL. Nem todas as sociedades consideram a testosterona livre como critério para TRT (como a Associação Americana de Urologia, por exemplo) mas experts como Abraham Morgentaler aconselham seu emprego tendo em vista o aumento do SHBG que ocorre no envelhecimento. A testosterona deve ser medida pela manhã entre 7-11h e quando seu valor está abaixo do normal um segundo exame é necessário para confirmação. Pacientes sintomáticos e com níveis de testosterona abaixo de 300-350ng/dl são candidatos à terapia de reposição hormonal.

       

     Muitos pacientes questionam se a TRT é um tratamento temporário e se no futuro o testículo irá voltar a produzir níveis adequados de testosterona. A resposta é depende da causa da DT. Existem situações irreversíveis (perda dos testículos por câncer ou trauma, por exemplo) e reversíveis. Na tabela X são descritas uma série de condições clínicas que se tratadas podem contribuir com o aumento dos níveis de testosterona. Como nesse livro o foco é a DT decorrente do envelhecimento, podemos afirmar com certeza que a função testicular não irá normalizar. Pelo contrário, a tendência é de piora progressiva. Portanto, uma vez iniciada, a TRT é para toda a vida do indivíduo. 

 

    Como já comentado, devem receber tratamento os pacientes que apresentam sinais ou sintomas de deficiência androgênica) e tenham níveis baixos de testosterona total (<300-350ng/dL) ou livre (<6,5 ng/dL-10,0 ng/dL). Para alguns experts, quando a testosterona livre estiver baixa o valor da testosterona total passa a ser menos importante. Os pacientes devem receber testosterona por um período inicial de 3-6 meses, sendo que o objetivo do tratamento é a melhora dos sintomas.

Existem diversas formas de reposição de testosterona disponíveis no Brasil:

 

1. Gel trans dérmico de uso diário. Produzido comercialmente com o nome de Androgel®, tem apresentação única de 50mg/dia. Dever ser aplicado diretamente na pele (normalmente no ombro por ser uma região com menor pilificação). O gel seca em 2-3 minutos, depois disso o paciente pode se vestir. Pode ser manipulado em diversas concentrações o que ajuda a corrigir eventuais problemas de absorção da pele.

 

2. Cipionato de testosterona. Nome comercial Deposteron®, para uso intramuscular a cada 2-3 semanas. O Cipionato tem a vantagem de atingir rapidamente bons níveis de testosterona. A concentração máxima ocorre 3-4 dias após a aplicação. Uma desvantagem é a frequência das aplicações;

 

3. Undecanoato de testosterona. Para aplicação intramuscular a cada 2-3 meses. Existem três marcas de Undecanoato no Brasil, Nebido®, Hormus® e Atesto®. A vantagem do Undecanoato sobre o Cipionato é o maior intervalo de aplicação. Contudo, os níveis de testosterona atingidos são inferiores e o custo é bem mais elevado;

 

4. Testosterona para implante subcutâneo: Ainda não há no Brasil implantes fabricados pela indústria farmacêutica (mas já estão disponíveis nos EUA). Os implantes já são manipulados por farmácias magistrais em território nacional há alguns anos. Na minha opinião representam a forma ideal de reposição porque podemos personalizar o tratamento. Os implantes podem ser produzidos em diferentes concentrações e podem ser colocados mais de um implante em cada paciente. Cada implante dura em média 6 meses e após esse período devem ser recolocados.

 

5. Testosterona via oral: Oxandrolona é a testosterona mais estudada pela Medicina. Diferente de outros agentes orais alquilados ela não tem passagem hepática e, portanto, não é hepatotóxica. Foi desenvolvida com foco em pacientes em estado de caquexia, como grandes queimados e pacientes com câncer avançado. Não é indicada no tratamento da deficiência de testosterona em homens saudáveis.

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